Você já pensou em abandonar as químicas alisantes e passar por uma transição capilar? Esse processo de aceitação, apesar de ser uma importante ferramenta de empoderamento, pode trazer muitas dúvidas e inseguranças para qualquer mulher. Mas não é preciso se desesperar. Com paciência e mantendo uma boa rotina de cuidados com o cabelo, é possível tornar essa mudança mais tranquila e prazerosa. Para ajudar você nesse momento transformador, criamos um guia completo com tudo o que você precisa saber sobre a transição capilar para se jogar de vez nesse desafio.
O que é transição capilar?
A transição capilar é um processo que consiste em eliminar as químicas alisantes dos fios e assumir o cabelo natural. Para isso, é preciso parar de realizar os procedimentos e aguardar o crescimento dos cabelos, cortando, aos poucos ou de forma completa, a parte que ainda está alisada. Considerando que o cabelo cresce cerca de um centímetro por mês, o processo de transição pode levar mais de um ano e, durante esse período, é preciso muita paciência e autoestima para lidar com as diferentes texturas e com a pressão social envolvida. No entanto, passar pela transição também pode trazer muitos benefícios, tanto físicos quanto emocionais. Primeiro porque as químicas alisantes são muito agressivas aos fios, deixando-os mais frágeis, ressecados e com frizz. Além disso, assumir o cabelo natural pode ser empoderador, ajudando a mulher a ver a sua própria beleza e a se libertar das pressões estéticas da ditadura do liso.
Como fica a estrutura do cabelo na transição?
Durante a transição, o cabelo apresenta mais de uma textura. Afinal, a raiz natural que está crescendo vai ficar cacheada ou crespa, enquanto o comprimento e as pontas ainda estão alisados. Com isso, é comum que os cabelos pareçam mais bagunçados e que a raiz fique alta e com volume em excesso. Para disfarçar as diferentes texturas, a dica é apostar em um leave-in específico para quem está em transição e fazer texturizações que ajudem a igualar as curvaturas. Além disso, mesmo sem refazer as químicas, os fios ainda apresentarão o aspecto fragilizado e danificado. Por isso, é fundamental investir em tratamentos frequentes e em um cronograma capilar durante a transição.
Como se motivar para a transição capilar?
Se jogar na transição capilar pode ser bastante desafiador. Aceitar seu novo visual, lidar com as duas texturas nos fios e com a pressão social é um desafio constante. Afinal, é preciso coragem para se expor e ouvir coisas que podem minar sua autoconfiança. No entanto, esse processo é libertador e pode trazer muitas alegrias, orgulho e amor-próprio.
A dica para se motivar é buscar inspirações de outras pessoas que estão passando pelo mesmo processo. Durante a quarentena, por exemplo, famosas como Bruna Marquezine, Juliana Paes e Maisa Silva aproveitaram o período para se dedicar à transição. Esse tipo de caso pode ser uma boa motivação para você entender que não está sozinha nessa jornada. Além disso, procure grupos e comunidades de pessoas que também estão passando pela transição e crie uma conexão. Dessa forma, é possível compartilhar experiências e descobertas e obter apoio nos momentos mais difíceis.
Quais os benefícios da transição capilar?
A transição capilar é um processo que ocorre de dentro para fora. É preciso, antes de tudo, aceitar e reconhecer sua própria beleza para depois iniciar os cuidados com o cabelo. Sendo assim, ela garante não só benefícios para a saúde dos fios, mas também para a autoestima da mulher. A seguir, explicarei um pouco melhor sobre algumas das vantagens de iniciar a mudança.
Empoderamento feminino
A transição capilar pode ser um processo muito empoderador para a mulher, porque ele ajuda na percepção da sua beleza natural. A partir do momento em que seus cabelos começam a crescer de forma natural, você passa a descobrir como ele é de verdade e experimentar novas formas de autocuidado. Tudo isso faz com que a mulher se descubra de uma nova forma e perceba que conta com uma beleza única e natural.
Visual mais versátil
O cabelo chapado, muitas vezes, torna-se monótono e não possibilita muitas variações de penteados e finalizações. Já os fios em sua textura natural são extremamente versáteis e permitem que você mude de estilo quando quiser. Assumindo os cachos, dá pra apostar em penteados que combinem com a sua textura, como o coque abacaxi e os space buns, investir em tranças e testar diferentes formas de texturizar o cabelo crespo e cacheado. Além disso, sempre que você quiser deixar os fios mais lisos ou ondulados, pode recorrer à escova ou à chapinha, o que vai alterar a textura temporariamente, mas sem danificar tanto quanto as químicas alisantes.
Cabelos mais saudáveis
Se você tem químicas agressivas nos fios, como alisamentos e progressivas, com certeza já percebeu como esse tipo de procedimento danifica seu cabelo e faz com que ele fique mais frágil e quebradiço. Sendo assim, entrar na transição pode ser a melhor forma para recuperar a saúde dos fios e evitar problemas como a queda capilar e os cortes químicos. Ao final do processo, você poderá perceber uma diferença gritante na saúde do cabelo, notando que ele está mais hidratado, forte e brilhante.
Valorização das origens
Durante muito tempo, a sociedade associou os cabelos cacheados e crespos a algo feio e desarrumado. Assim, muitas pessoas passaram a odiar os próprios corpos e suas origens.
Perceber a beleza natural das suas madeixas, portanto, é um processo importante para que você passe a valorizar com mais intensidade suas características físicas e sua herança ancestral. Além disso, o processo de transição pode ser uma forma de abrir os olhos para belezas fora do padrão e perceber que ser diferente torna as pessoas muito mais interessantes.
Como o cronograma capilar pode ajudar na transição?
Uma boa forma de garantir a saúde dos fios durante a transição é apostando em um bom cronograma capilar. Essa rotina de cuidados devolve aos cabelos os nutrientes perdidos por conta dos procedimentos químicos e de outros agentes externos, como a exposição solar e as ferramentas de calor. O cronograma é dividido em três etapas:
Hidratação: que devolve a umidade aos fios, melhorando o aspecto ressecado e dando mais maleabilidade e maciez;
Nutrição: que repõe as gorduras e óleos perdidos, trazendo brilho e definição e diminuindo as pontas duplas;
Reconstrução: que repõe proteínas e aminoácidos importantes, como a queratina, restaurando danos da fibra capilar e deixando os fios mais fortes e encorpados.
As três etapas são fundamentais para garantir que os cabelos fiquem saudáveis. No entanto, de acordo com cada necessidade, é definida uma frequência de uso. A etapa de hidratação é a que deve ser feita com maior frequência, seguida pela de nutrição. Já a reconstrução pode ser mais espaçada, mas é recomendado ser realizada ao menos uma vez por semana por quem está na transição. O indicado é fazer três lavagens por semana e, em cada uma delas, aplicar uma das máscaras de tratamento, entre o shampoo e o condicionador.
Outras técnicas que podem beneficiar muito quem está passando pela transição capilar são o no e o low poo. Esses métodos de limpeza têm como objetivo lavar os cabelos de forma mais suave, sem agredir e evitando um maior ressecamento dos fios. Para isso, é dispensado o uso de shampoos que contenham surfactantes fortes. Apesar de parecidas, as duas técnicas diferem em relação às substâncias liberadas e proibidas.
Low poo
Low poo significa "pouco shampoo". Essa técnica permite o uso de limpadores com sulfatos mais leves e outros agentes de limpeza em sua fórmula e é um método mais flexível e menos restritivo do que o no poo. No entanto, além de analisar a formulação do shampoo utilizado, é preciso ficar de olho nos outros produtos, isso porque os sulfatos leves não têm força suficiente para limpar os cabelos de substâncias derivadas de petróleo, como a parafina e o óleo mineral. Sendo assim, é preciso abandonar produtos que contenham esses ativos.
No poo
Diferentemente do low poo, o no poo não aceita o uso de qualquer tipo de sulfato para a lavagem dos cabelos. Por conta disso, é realizada uma técnica chamada co-wash, que utiliza apenas condicionadores ou cremes multifuncionais na lavagem.
Além dos sulfatos e petrolatos, o no poo também restringe o uso de silicones insolúveis em água, que não são retirados sem o sulfato e podem se acumular nos fios.
É necessário fazer o big chop?
A transição capilar é um processo que leva tempo até que todo o cabelo virgem cresça e a parte alisada saia. Para acelerar esse período, é possível realizar o big chop - significa "grande corte", em tradução literal, e é o nome dado à última etapa da transição, quando toda a parte com química é retirada e o cabelo fica 100% natural.
Algumas pessoas optam por realizar o big chop desde o início e assumem um visual curtinho. Isso é bastante benéfico, pois, após o corte, os fios ficam mais resistentes e menos quebradiços. Além disso, não é preciso lidar com as diferenças de texturas. No entanto, algumas mulheres não se sentem confortáveis de assumir os fios curtíssimos. Nesses casos, não existe problema, afinal, o big chop não é uma etapa obrigatória. Você pode ir contando as partes alisadas gradualmente, conforme seus fios vão crescendo.
Por que é importante usar o leave-in?
Um dos principais desafios da transição capilar é igualar as texturas do cabelo conforme ele cresce. Para isso, é importante buscar finalizadores e técnicas de texturização para as pontas alisadas. Os leave-ins são uma boa escolha, principalmente para quem tem cabelos finos, e podem ser utilizados em diferentes texturizações, como dedoliss, bigudinho, twist e coquinhos. Esse tipo de produto é bastante indicado, pois é mais leve e não pesa nos fios alisados, dando definição na medida sem deixar um aspecto rígido.
Quais cortes você pode adotar durante e após a transição?
Durante a transição, é importante conversar com seu cabeleireiro e mudar o corte. Tipos de cabelo diferentes exigem técnicas distintas. Portanto, não é recomendado cortar os fios da mesma forma de quando estavam alisados. A primeira dica para cortar os fios cacheados e crespos é sempre usar a tesoura e fazer o corte a seco. Assim, fica mais fácil dar a forma e o shape desejado. Além disso, para ajudar na texturização e na definição dos cachos, a dica é apostar em cortes em camadas, que dão um caimento bonito e ajudam na formação das curvas. Outra opção interessante para quem não quer lidar com as diferenças de textura é apostar em penteados protetores e visuais diferentes, como as tranças afro, as box braids ou mesmo os dreads de lã. Turbantes e lenços também são uma boa opção e podem ajudar a criar looks e penteados incríveis.
Para quem apostou no big chop desde o início, é possível investir em modelos de cortes que valorizem o cabelo curto. Algumas dicas são o tapered hair, raspado nas laterais e na nuca e mais volumoso no topo, o pixie cut, também conhecido como joãozinho e o miniblack, uma versão mais curtinha do black power.
A transição capilar é um processo desafiador, mas que é muito importante para a aceitação e a autoestima. Para passar por ela de forma mais leve, é importante buscar referências e apoio e contar com produtos de qualidade para o tratamento dos fios. Lembrando que o uso de produtos adequados são essenciais para o seu novo cronograma capilar. O Meu Q te auxilia na criação de fórmulas personalizadas que vão evoluindo com seu cronograma e te acompanhando em cada etapa deste processo. Sempre que precisar, nosso time está à disposição para tirar todas as suas dúvidas. Aproveite para conhecer mais uma versão de você!